Presidente da entidade afirma que milhões de brasileiros dependem de benefÃcios do governo e, por medo de perdê-los, evitam empregos formais
O presidente da Fecomércio, José Wenceslau de Souza Júnior, culpou durante conversa com a imprensa nesta terça-feira (09), na Câmara Municipal de Cuiabá, os programas sociais do Governo Federal pela escassez de mão de obra em Mato Grosso.
Segundo ele, suas empresas têm vagas para motorista, operador de caixa e operador de empilhadeira que não conseguem ser preenchidas, porque muitos trabalhadores temem perder os benefícios recebidos do governo.
“Olha, a questão da mão de obra não é só de Cuiabá, do Mato Grosso ou do Brasil inteiro. Precisamos ter uma visão macro e perguntar: por que está faltando mão de obra? Hoje, 43 milhões de brasileiros dependem de algum benefício do governo federal. E, para receber, a pessoa não pode ter a carteira assinada.
Nas minhas empresas, preciso de motorista, operador de caixa, operador de empilhadeira… precisamos de mão de obra em geral. Mas essas pessoas querem trabalhar sem perder o benefício. Então, é um assunto complexo”, afirmou.
José Wenceslau reforçou que, segundo ele, esses 43 milhões de beneficiários preferem ficar desempregados a abrir mão do auxílio.
“Se pensamos que o Brasil tem 203 milhões de habitantes, sendo 146 milhões de população ativa, quase um terço depende de algum benefício do governo. Mesmo que o governo diga que estamos em pleno emprego, eu discordo. Esses 43 milhões não são considerados empregados, e, para manter o benefício, não podem ter a carteira assinada”, completou.